Na última sexta-feira, 11 de junho, os docentes, junto aos estudantes, realizaram um ato público, em santo Antônio de Jesus, durante a inauguração de um Centro Tecnológico com a presença do governador. A comitiva de Wagner não esperava a presença dos manifestantes que com cartazes, faixas e palavras de ordem denunciaram a política de descaso do atual governo para Educação Superior. Durante a passagem do governador pelos manifestantes, os docentes questionaram Wagner sobre a falta de professores nas universidades estaduais, a promessa de revogação da 7176/97 feita no início de seu mandato e ainda não cumprida e a abertura de negociação com o movimento docente.
Em resposta, Wagner transferiu a culpa pela carência de quadro para o Reitor da UNEB e também justificou a falta de professores em função do crescimento da universidade. Sobre a 7176/97, o governador apenas acusou o movimento de querer administrar as verbas da universidade, restringindo a discussão da autonomia universitária apenas à questão financeira. Em relação à abertura das negociações, Wagner disse que isso era com o secretário Osvaldo Barreto, que por sua vez, quando questionado se exaltou e também apontou o Reitor como um dos grandes responsáveis pelos problemas da UNEB.
Para os manifestantes, o ato teve uma importância política significativa, uma vez que, deu visibilidade ao movimento, como também mostrou que as mobilizações têm incomodado o governo.
Reunião com o governo não avança
foto: Emiriene Costa
Diante da intensificação das mobilizações, da deflagração da greve dos professores da UNEB, da manutenção do estado de greve na UEFS e UESC e da paralisação das atividades acadêmicas na UESB até a próxima assembléia, o governo convocou o movimento para mais uma reunião. No entanto, não houve mudanças significativas em relação às últimas conversas. O governo mantém a posição de não abrir a mesa de negociação ainda em junho e silencia, mais uma vez, em relação à percentagem da incorporação.
A reunião aconteceu na última sexta-feira (11 de junho) e contou com a presença dos representantes das ADs, de Clóvis Caribé (CODES), Adriano Trombone (SAEB), além dos deputados, Valdenor Pereira (Líder do Governo) e Zé Neto (PT). O encontro iniciou-se tenso e os representantes governamentais mostraram-se bastante temerosos quanto à greve, apresentando a condição da retomada das atividades acadêmicas para a assinatura da complementação do termo de compromisso. Mais uma vez, o governo ameaçou e buscou interferir na autonomia, independência e organização do movimento.
Nesta reunião, o governo apresentou uma complementação do
termo de (des)compromisso apresentado em 24 de maio. Para o comando de greve, este documento não só não avança para uma negociação como retrocede.
O complemento do termo não aponta a incorporação de 70% da CET no período de quatro anos, como o líder do governo, deputado Valdenor Pereira, havia dito na última reunião (09/06). Segundo os representantes do governo, a PGE orientou que este parcelamento não fosse colocado como possibilidade de acordo. O documento ainda não prevê os percentuais de incorporação e seus respectivos prazos, apenas sinaliza uma primeira incorporação até março de 2011. Em consonância com o termo do dia 24 de maio, a pauta emergencial é ignorada mais uma vez pelo governo. Por fim, o termo segue apresentando a suposta abertura da negociação apenas para novembro de 2010.
Um dos pontos do termo causou estranheza do movimento, uma vez que, refere-se a “continuidade do processo de reestruturação das carreiras do magistério superior”. Para o movimento, este item deixa em aberto uma questão que é essencial para os docentes: o Estatuto do Magistério que rege sobre a carreira docente e que foi uma conquista do movimento docente na greve de 2002. O que na carreira estaria sendo reestruturado? Incorporação de gratificação é reestruturar a carreira? Por que o governo tocou neste ponto? Mais uma vez, o governo tenta confundir o movimento, que segue em alerta!
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